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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A CORPOREIDADE


Muitos se perguntam  na verdade o que é a tão falada corporeidade,  tão  amplo  e complexo este universo  corporal que temos que não é unicamente físico e palpável,  mas unidade de aspectos internos e externos  da pessoa  humana, que envolve a identidade única e irrevogável.
Corporeidade não é tão complicado assim, na verdade  é o que há de mais belo, real e concreto  de tudo  que há em  cada um de nós.
 È  como  que  um olhar  mais apurado  para  a existência corporal e nela encontrar um historia, ver no corpo os sentimentos, ver no corpo as dores passadas  e presentes , alegrias e surpresas.
  Na “escuta  do corpo” de Jussara Miller   o livro  que fala de técnicas corporais de Klauss, ele cita que o corpo não só fala mas escuta , ressenti-se, ama e revolta-se, os  sentidos descobrem a vida de varias  formas e se deleita se souber abrir as portas   para ela com um simples e profundo olhar reconhecer o belo  ou não.
A escuta corporal não se da apenas em palavras  que se entram no ouvido mas ouvidas em outras  linguagens  como carinho, olhares, atitudes, encontros  e desencontros.
Do mesmo modo que exista sempre uma forma de expressão este  corpo ao mesmo tempo buscar silenciar, ou pelo menos não gritar, “nos momentos de exacerbação da racionalidade e do confronto; tocar tudo com o cuidado e a maneira como gostaria de
ser tocado; saborear temperos bem preparados, discernindo seus
componentes sem a preocupação de isolá-los, remetendo essa
experiência a outras no sentido de tornar a vida mais saborosa e daí
transformar sabor em saber” (MOREIRA, 2005, p. 31).
Performance propostas para o meio dia-RJ-2011.



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O Tempo é o sol e o silencio encontro no mar.

A Observação e contemplação


"  Os gritos interiores surgiram altos e estridentes    se misturando com o caos de fora(Espaço),  buzinas cheias de velocidade(Tempo),   que eu não podia alcançar (Esforço)  e nem respirar de tanta angustia  no peito.(Corpo)
  Sem ter pra onde ir chorei, chorei como nunca havia chorado e foi bom chorar, chorar poderia ser o começo  de um novo olhar  cheio de lagrimas  que lavam.
O  movimento  vivo e que não para de se manifestar, ora alucinado,  conflituoso, medroso  , ansioso ou sufocado, engasgado , mudo sem sonho, movimento de libertação.
"Então surgi  no final... de um dia   o sol pra iluminar, mas surgi como já poente, que já esta  pra acabar e nesta ponta de  sol  que já vai,   um suspenso tempo de observação de uma visão    "SILENCIOSAMENTE"  interior .
 O silencio do vento e a voz do ar que respiro são  dois amigos inseparáveis que me levam  para o mar, aqui  no céu  interior vivo  formando o cenário  perfeito, sol e  mar, vento e ar expiro e inspiro como  protagonistas desta   minha historia.

 A espera   não  se importar com  a noite, qual fosse  o tempo  sempre estivera a esperar.... esperando de pé , pronto a salvar o que precisava ser salvo naquele dia de uma vida inteira."


Ja
 conhecia os trabalhos audaciosos  e inovadores de Marina Abramovic e suas instalações e performaces Contemporâneas através das  pesquisas em Laban e analise do movimento.



 O soltar as rédeas e deixar que o movimento   frágil do ser  se nutre com o abandono, com o depender do outro, da ajuda mutua, de um olhar de fora parecia  mais  um raio    de sol quando entra numa casa bem velha que sopra um vento cálido, vento  lento desacelerando o tempo.


Quantas metáforas para expressar  questões existências não  é mesmo? As "5 Propostas para o meio dia"  (Pratica  performática  realizada no Rio, como finalização da pós em laban) foi a instigante performance sugerida  e dirigida  por Regina Miranda diretora  da Pós  graduação  em laban, pra mim era a  "escuta" portanto o silencio.
Solidão como fenda, solidão  fecunda,  silencio profundo  que me tira das ruas do que é  mais  urbano e me conduz  ao ceu, ao sol, ao mar, para o mar que fala de profundidade  como um lugar de origem.
    Ao  sol  que define tempo  nasce  clarei e revela e morre, nascente, sustenta o olhar e poente (poesia  pura pra quem é observador e analista do movimento)



A trajetória  foi mais ou menos assim.
Veio primeiro a pesquisa do movimento  no caos urbano, depois o trabalho com a preparação  corporal com os musicais. Trabalhando  como preparadora  corporal  no musical "enlace"havia lido numa entrevista  que especialistas descobriram que a poesia "é mais útil que os livros de autoajuda", já que afeta o lado direito do cérebro, onde são armazenadas as lembranças autobiográficas, e ajuda a refletir sobre eles e entendê-los desde outra perspectiva.

"A poesia não é só uma questão de estilo. A descrição profunda de experiências acrescenta elementos emocionais e biográficos ao conhecimento cognitivo que já possuímos de nossas lembranças".

  No Livro :"Ser criativo"  de Nachmanovitchme  a arte da poesia é tecida de silencio  e palavra,  onde o processo criativo passa por contemplação e ação e a humildade de saber que:
" O poema existe antes de ser escrito? A ideia existe antes de ser conhecida? para onde teremos que ir para ouvir a musica que ainda não foi ouvida ? Existe um lugar em nosso corpo onde podemos nos refugiar e ouví-la ?
Se nos refugiarmos lá, em silencio, podemos começar a trazê-la à tona"
Então no silenciar  surgiram  palavras, movimentos, perspectivas  novas ja que o tempo era  o "agora".
 O olhar (Ver  depois  o texto  do " O olhar" ) também  traria  a esculta, como escultar  com o olhar ? Olhar  não  é Enxergar  pra enxergar  teria  que ver mais, mais do que já tinha visto varias vezes,   pra isso precisei  esperar, o que quase não fazemos neste  tempo que não tem pausa.
  Olhei o homem  da praça, o que corre, o que espera, o que canta, aquela criança  que chora, a senhora,  a inquieta  que espera  no banco da praça, a cotidiana  criança do sinal, o movimento do ator que não se concentra, a respiração ofegante de quem ta muito nervoso antes  de entrar  no palco, ação e mais poesia.

 Arte da Poesia, liberdade das palavras e poder do silencio.


 "O sol  e o mar caminham pela praia  de um lado para o outro junto comigo ensaiando as palavras que precisam  falar   que abrem as  portas de um  imenso oceano de paz e calmaria,   porque a observação faz  voltar calmaria,  Como  luz da verdade, que clareia manhã  pois    o sol  é o tempo do dia, clareia ruas agitadas invade a casa velha, seca a roupa úmida e inesperadamente revela cores de um breve muito breve arco-iris  que logo  fara os olhos verem, quando se pensou que o dia já ia acabar.
 O pôr deste sol   silencioso,   surpreende e    liberta, cura  do medo,   liberta as palavras, nos últimos raios  capazes de falar,  pois a força não esta no tempo mais na intensidade do movimento com seus últimos raios por que ate o medo   silenciou diante de tanta  força da beleza sim porque   a beleza é forte, muito forte e cura a alma, voltando a cantar  feito criança pois na infância se sabe  decifrar a batida das ondas  numa  nova  linguagem  que explicava  a força da natureza e o acontecimento dos fatos.

Pois é neste silencio ai, pois é neste tempo ai  que  aprendo mais, escuto mais, escuto a mim, aprendo de ti, escuto "os que não são ouvidos", as dores mudas, as falas não faladas que tanto espero um dia escutar, que escuto mesmo sem falar.  quando o silencio é capaz de fazer e falar mais do que tudo."
Pois a luz deste sol que enxergo, pois é neste mar que escuto....." 

 Marina Abramovic viveu um intensa história de amor com Ulay no passado e sentiram que a relação já não tinha a chama viva do amor e o brillho os fizeram desistir do olhar, e da vida juntos, cada um seguindo o seu caminho.
 Depois de quase 20 anos quando Marina já era artista consagrada, o Museu de Arte Moderna (MoMa) de Nova Iorque dedicou uma retrospectiva à sua obra.
Nessa retrospectiva, Marina partilhava um minuto de silêncio com cada estranho que se sentasse à sua frente. Ulay chegou sem que ela soubesse, e foi assim que aconteceu.
  Quero ilustrar o que se fala e se escuta quem  silencia :



Com toda serenidade

“Tudo está em deixar amadurecer e então dar a luz. Deixar cada impressão, cada semente de um sentimento germinar por completo dentro de si. Na escuridão do indizível, do inconsciente, em um ponto inalcançável do próprio entendimento e esperar com profunda humildade e paciência, a hora do nascimento de uma nova clareza. Isso se chama viver artisticamente. Tanto na compreensão, quanto na criação. Não há nenhuma medida de tempo para quem faz arte. Um ano de nada vale e mesmo 10 anos não são nada. Ser artista significa não calcular, nem contar. Significa amadurecer como uma árvore que não apressa a sua seiva e permanece confiante durante as tempestades da primavera, sem o temor de que o verão possa não vir. O verão vem, o verão vem!… Mas só chega para os pacientes. Para os que estão ali como se a eternidade se encontrasse diante deles com toda amplidão, com toda serenidade, sem preocupação alguma. Aprendo isso diariamente. Aprendo em meio às dores as quais sou grato. A paciência é tudo!” – Rainer Maria Rilke

domingo, 4 de agosto de 2013

Vivendo um dia de cada vez e neste dia vivê-lo como se fosse o ultimo torna os fardos mais leves, a tristeza momentânea, a saudade ilusória, a esperança viva. Simples seria uma forma de vida, pequena? Pobre? Não humilde como a água, limpa, honesta, móvel, fluida, generosa e principalmente livre!!!!!!!!!!!!Aguá e tempo são parceiros de um mesmo espaço. Neste misterioso espaço de tempo que é o presente, o passado é a unica coisa que já possuímos de concreto, posso ou não acessa-lo na memoria, tudo depende de como lhe damos com o tempo que ja passou, se só escorreu pelas nossas mãos como água, ou se recolhemos como conchas nas mãos e a bebemos matando toda nossa sede de existência!!! Viver .....a se eu soubesse esta arte, as outras são bem mais simples mesmo sendo complexa, mas tu minha vida é silenciosa, não fala muito, age simplesmente, se move o tempo todo dentro de mim, não para nunca, mas se torna oculta e muito surpreendente a cada instante " Não se fechem para as novidades desta vida falou bento de XVI logo depois de sua renuncia" . Que surpresa teremos hoje ? Amanha não importa? Hoje!!!vivendo um dia de cada vez numa delicada sutileza de quem ja aprendeu que com a vida não da pra premeditar, planejar sim mas existe um pouco de prepotência sempre, sonhar ...ai de mim sem eles, alimentam a alma mas como diz karol, Amor e sonho juntos são amantes, separados inimigos. AMAR É DIFERENTE DE SONHAR!!!!

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Fortaleza, Ceará, Brazil
PROFISSIONAL DA DANÇA(ANALISTA DE MOVIMENTO-lABAN pela Faculdade Angel Vianna - Rj, Pós- graduada em Sistema Laban.Bailarina,atriz, e atua em teatros musicais Milza Gama é professora de dança e teatro preparadora corporal da cia de artes Shalom. Trabalha com pesquisa e projetos atores na área do teatro.