Helder Vasconcelos e a Sanfona de 8 baixos

Corpo

Corpo mensagem

Corpo Canal

Corpo código

Corpo Emissor

Corpo receptor

Corpo amor que se move com cada toque do som da vida

Corpo que respira cada profundidade  de pensamentos

Corpo que caminha  no limiar  dos sentimentos

Corpo que ora, que mora na casa de seu Deus

Corpo que é casa, montanha, aconchego,  aprisionamento

Como que faz e que nada  faz

Corpo ferido

Mantido

Oculto

Escravo

Corpo que não fala e mudo morre.

E não é mais corpo.

Milza Gama

A Paciência me da asas pra voar.

Não fuja da dor ela é inevitável

Dor libertadora, espera um pouco ela vai parar e você vai encontrar sua raiz

Vem à cada dia com seu mistério e sempre tem algo a dizer, um segredo a partilhar.

Desvendando a dor, aos poucos vamos desvendando a nos mesmos, o que tem por detrás de cada sentimento, de cada ponta de medo, de cada nó na garganta, de cada dor no peito, da mão gelada da ação paralisada , do panico.

 "Cultura das trevas" "sociedade doentia" mas quem é o "culpado?" vitima? e o que fazer se frágil o homem ?

Eu hoje não tenho medo de dizer que se tem alguém que é responsável por esta mudança é você! quero dizer sou eu mesma que muitas vezes  escuto o que não queria e morro pelas palavras destruidoras,  QUE coloco expectativa demasiada naquilo de onde na verdade não tenho  o que esperar, eu me dou um corpo de marionete, corpo sem rumo, sem prumo,sem escolha, e somente uma escolha consciente fara meu  olhar  caído ao chão se erguer no finalzinho do por do sol para ver o espetáculo da vida que estava ali o dia inteiro e que não pude levantar minha cabeça pra perceber.

Reagir!!! com esta pausa no tempo e no espaço é este lugar diante de si mesmo, onde o interesse do outro é maior que o nosso, onde o mundo chega ao meu lado em forma de gente que chora que sofre que dói e que morre mais do que eu.

Transformar!!!! enfrentando o medo, a noite e sua solidão tão grande que chega sem ter hora de amanhecer.

A derrota embora passada antiga tende a se erguer, a humilhação na verdade que vem de dentro quando ninguém ver, tudo bem grande e insignificante quando voando encontro esse lugar um riacho que é maior e enche mais do que seca, nele brota uma água da paciência, essa água não para de escoar e toda planta que ali do lado bebe dele é flor , é folha é fruro que o tempo que for alimentam, respira e purifica a dor doida e revela o amor.


E é assim não fugindo de nada que acontece e tendo paciência, adiando a gratificação e o desejo de mil coisas que venço a frustração dos nãos da minha vida.

Nos enlaces da minha vida

Uma das grandes surpresas que a vida me deu a algum tempo atras foi  trabalhar na preparação corporal do musical "enlace, a loja de Ourives", ao lado da grande coreografa e bailarina keila Fuke, este sonhado projeto da querida Lurdes foi produzido por Jo Santana e dirigido por Roberto laje com grande elenco fantástico de atores e profissionais reconhecidos por seus talentosos trabalhos, como Claudia Ohana, Claudia Lira, Luis Guilherme, Gisele Tigre, Rodrigo Phavanello e Fabiano Augusto, além de jovens talentos do teatro musical como Camila Camargo, Mariana Arôxa, Julio Oliveira, Douglas Sampaio, entre outros.

A montagem do enlace aconteceu no Rio em Maio de 2013, mas sua estreia foi em maio de 2012 em São Paulo, na mesma época finalizava, meu projeto de especialização em observação em musicais, e pude colocar em pratica neste mais novo trabalho vários conceitos e ideias" labanianas" assim também como conceitos e processos criativos assimilados como preparadora corporal de minha escola dos "Viannas" Angel e Klauss, nesta montagem pude junto com ele "lançar sementes no corpo de cada um ..." que estava enlaçados naquela linda obra teatral do autor Karol Wojtyla, o Papa João Paulo II.

A peça Enlace aloja de Ourives, sem nenhuma conotação religiosa, trata-se de uma história de amor, escrita em 1960, quando ele ainda era Bispo de Cracóvia. O Papa João Paulo II aborda nesse texto os desafios do casamento. Com muita leveza ele evidencia que não basta o compromisso para garantir um casamento feliz, mas a liberdade e verdade de escolher amar e esperar o amor amadurecer e da frutos, ousada e moderna abordagem que ele sempre teve como religioso, e também como artista que poucos conhecem, Papa João Paulo II, na sua juventude pode atuar como ator, e teve uma forte ligação com a arte.

Idealizada por Maria de Lourdes Muniz de Mello, uma mulher obstinada que há 32 anos colocou uma ideia na cabeça e um sonho no coração: montar uma peça de teatro que João Paulo II havia escrito, aos 40 anos de idade. Ao ouvir, pelo rádio, que Karol Wojtyla, além de ator, havia também escrito essa peça, Lourdes moveu céus e terra para conseguir ver realizada sua empreitada.

Foi a Dom Paulo Evaristo Arns, então Arcebispo de São Paulo, recorreu a Dom Bruno Giuliani, que movimentou o Vaticano, percorreu verdadeira via-sacra, indo de padres a cardeais até que o sonho de ver esta obra montada pudesse ser uma realidade, o grande desafio era obter as autorizações para adaptar a obra e viabilizar o espetáculo.

Narrada em dois atos, com canções originais que ajudam a cruzar a história de amor de três casais. É através do Ourives, o personagem que acompanha e conduz os fatos dessa história, que é contada a saga musicada de três mulheres de uma mesma família: Teodora (Claudia Ohana) que vive o amor ideal no cenário da II Guerra Mundial, da sua filha Ewa(Claudia Lira) que em plena revolução sexual dos anos 70, se nega a casar e assumir compromissos, preferindo a liberdade a todo custo. E a cômica e conflituada Malina(Camila Camargo), neta de Teodora, e filha de Ewa, que em plena década de 80, queda do Muro de Berlim, vive imersa na individualidade contemporânea, em conflito direto com o pânico de estragar sua vida casando-se. As três histórias são contadas em canções e cenas divertidas e poéticas nesse musical que mescla três tempos, três tramas românticas, com lirismo e beleza, passando por momentos fundamentais da história da humanidade no último século. A saga dessas três gerações tem como pano de fundo marcos políticos, sociais e culturais que mudaram a história da humanidade. Começa com a explosão da II Guerra Mundial, passando pelos hippies, Woodstock, e chegando às rupturas e à sociedade mais consumista e individualizada do anos 80. cena.

O curioso na obra original do Papa é não se tratar de uma peça religiosa, aliás, ele não toca na questão católica. O Papa João Paulo II consegue construir um texto existencial, que põe na pauta a capacidade humana de amar e conviver. Fala, com realismo, das várias faces e possibilidades do casamento. E toda a metáfora gira em torno do ourives, aquele que trabalha com o ouro – metal mais puro e precioso, numa analogia ao amor, sentimento, igualmente tão puro e precioso. ‘Enlace, a Loja do Ourives’ tem Direção de Roberto Lage, Direção Musical de Thiago Gimenes, Direção Geral de Jô Santana e Realização de Maria de Lourdes Muniz de Mello Lourdes, Adriana Muniz de Mello e Jô Santana. A adaptação do texto ficou ao encargo do dramaturgo Elísio Lopes Jr, que assina a primeira adaptação da obra do Papa João Paulo II, autorizada pelo Vaticano para o Brasil. O espetáculo fez parte da programação cultural da Jornada Mundial da Juventude 2013 (JMJ) que acontece em julho no Rio com a participação do Papa Francisco.




Ha alguns anos trabalhando com produções e direção de espetáculos, vinha observando e percebendo como os atores, cantores e ate bailarinos possuíam muitas dificuldades de interpretação e expressividade nos seus trabalhos, muitas das suas interpretações e apresentações artísticas por mais que fossem muito bem executadas restava ali um faísca de emoção e brilho do novo.




Um dos maiores desafios comentados por eles mesmos ao buscarem o teatro, ou a expressão corporal, ou sem entender direito o que tava faltando eram a falta de recursos técnicos cênicos e ferramentas para a liberdade de expressão, pois se sentiam presos e amarrados a si mesmos.
Conversando, observando e pesquisando no trabalho de preparação corporal para este artistas fui percebendo como era grande a forma representativa de atuação que embora com anos de trabalho e experiencias, este atuantes se queixavam de não crescerem ou evoluírem
A questão da referencia artística para a copia e a imitação é uma valiosa ferramente que ajuda muito quem esta iniciando um processo de aprendizagem artística porem ele se esgota e pode deixar o poder criativo atrofiado e um "artista inconsistente", dependendo de uma imagem externa a copiar, esta forma de aprendizado pode engessar seu poder criativo atuando sempre de uma unica forma ou nunca tendo liberdade de interpretação.
A maioria dos artistas muito bem dotados de técnica e habilidades sempre priorizaram o ensaio técnico e a meu ver de uma forma meio errônea , não conseguindo evoluir na originalidade de seus trabalhos.





O curso formação de atores da Escola de artes Shalom , foi uma destas inciativas tomadas a partir desta inquietação, utilizando-me de métodos de interpretação como de Stanislavski e Sistema Laban do movimento com um olhar inovador para o corpo e outras linguagens pesquisadas, criei um curso onde abrangesse o artista como um todo onde a sua formação e que apontasse caminhos de criação individual fora de moldes e padrões fechados.
Aqui vão alguns pontos abordados no curso Formação de atores modulo I.




Perspectiva na construção do personagem
Corpo,espaço, Esforço e forma
A voz e a fala no teatro
Caracterização física
Ação
Apropriação do texto analise e subtexto.

Musical Francisco, o homem de pés descalços

Reliese

 O Musical “ Francisco, o homem de  pés descalços”  conta  a historia  de um jovem  que apos  uma experiencia transformadora, com a fonte do amor, o seu criador, revolucionou  8 séculos  atrás,  a sociedade burguesa européia  de Assis, pequena  cidade da Itália,  que sofria a guerra e uma grande desigualdade social.
 Um homem  a  frente  de seu tempo, Francisco  combateu a riqueza e o materialismo,  com  seu Brado de amor  que ecoa ate os dias de hoje com uma mensagem urgente e atual para o homem contemporâneo.
   Estética despojada e longe de ser um discurso  religioso, a peça  tem uma linguagem corporal  cheia de significados, e aborda a corporeidade  de  Francisco de Assis que se desnuda completamente para caminhar sobre seus próprios pés  descalços pelas ruas de Assis.
  "Sobre os próprios  pes”   é o projeto da qual o musical faz parte e trata do resgate cultural e da dignidade  humana, descoberta da identidade e individualidade corporal   trabalhada desde a montagem do espetáculo  com elenco e tem sua continuidade  com trabalhos de oficina e aulas oferecidas a comunidades carentes onde o espetáculo é apresentado e tem como proposta em se apresentar em teatros, museus e praças publicas.
   Com duração  de 1 hora e 10 atores  em cena cantando e interpretando o texto original é da diretora e autora da peça Milza  Gama,  que vem desenvolvendo sua pesquisa em analise do movimento.

 

Preparação corporal para o canto das irias.

Trabalhar o ponto central do corpo  com referências geométricas de  ocupação da minha própria  "kinesfera" (espaço pessoal), fui encontrando a  irradiação  deste ponto e a parti dele fui realmente encontrando um trabalho afinado  de consciência das  dimensões espaciais e da minha organização  neste espaço.

Primeiramente  de  brincar  com o dentro e o  fora  de  mim mesma  em um espaço interno cada  vez  mais  explorado  em todos  os  níveis ( se é  que posso  dizer que são  níveis ) psicológicos, dos esquemas corporais, agregadas  a outras dimensões ligadas às direções espaciais e o percurso e extensão do movimento - ampliando sensivelmente as possibilidades de codificação e atribuição de significado, gerando uma leitura nova de dança e experiencia.
texto de Milza Gama do Projeto de pós graduação em laban.

È preciso remover  as mascaras soltar, abandonar, se despojar, talvez nunca tenha ficado mais claro  que  a arte  da interpretação não é pôr mascaras mas tira-las.
Nunca ficou tão claro  que esta arte  me liberta,  me leva  ao auto-conhecimento,  me tira  do olhar egocêntrico, se me leva a deixar  o EGO um pouco de lado se isso  é possível.
Simples, generoso e desinteressado são  os olhos  de quem ama de verdade  a arte, pobre, pequeno e humilde  quem se ver  nas mão do poder criador.
Estes  dias  venho compreendendo cada  vez mais  as atitudes humanas que só olham pra si, que não pensa  no outro mais  que esta meio  que cego diante do apego a sua própria imagem, suas seguranças e opiniões.
A fala é seca, cortante,vazia e com pressa, não escuta, não dialoga, só discursa e da opnião, a qualquer conselho já  tem algo a declarar, sempre se justifica de tudo, nunca se surpreende, nem se encanta  com a vida.
Não conheceu ainda o que é esta  no lugar do outro  de fato que pena, só conhece a "empatia"como o discurso politicamente  correto, afinal de contas  a imagem do " ser certinho" precisa  esta  sempre visível como  a mascara  social   mais usada, este  teatro eu  não quero  atuar.
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